BLOG QUE TEVE A SUA ATIVIDADE AO LONGO DO ANO DE 2008

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Nosso futuro em suas mãos

O vídeo realmente me impressionou com o modo e a clareza como são mostradas as coisas, e o fato de que foi uma típica norte-americana quem falou indignada sobre os problemas que o seu próprio país cria me traz um pouco de esperança.

Não podemos negar que adoramos toda essa tecnologia e conforto, muito pelo contrário, adoro minhas coisas e não teria coragem de abrir mão de muitas delas. Mas acontece que se essa tecnologia, esse consumismo todo não parar, ficaremos sen nenhum recurso natural no nosso planeta. Afinal, de onde achas que vêm todas as coisas? As pessoas arrancam árvores, matam animais e os tiram de seus habitats, poluem rios... tudo isso pra montar uma empresa de eletrônicos ou qualquer coisa que o valha, coisas que se renovam e evoluem a cada ano, o que vai gerando quilos e quilos de puro lixo!

Os seres humanos ja acabaram com mais de 30% dos recursos naturais do planeta Terra e se continuar assim, precisaremos de outro pra viver ! Mas aí vem a outra pergunta: e tem outro pra viver? Não! A Terra é um lugar único, com as mais belas paisagens naturais que se pode imaginar, e também as mais 'belas' paisagens artificiais que se pode imaginar, como todos os aterros criados para literalmente jogar o que não se usa mais, o que não pode ser reciclado nem reutilizado, pois somente 1% das coisas que consumimos podem ser recicladas, o que se deduz que a quantidade de lixo por aí só tende a aumentar, precisaríamos de CINCO planetas Terra para 'guardar' todo o lixo que tem por aí.

O principal culpado disso tudo é o nosso velho conhecido consumismo, que faz as pessoas comprarem, comprarem, comprarem e... foi tudo? Ah, esqueci, elas compram também! Enfim, as pessoas são bombardeadas de propagandas dia e noite, em TV, revistas, jornais, rádio, TUDO! E os preços vão baixando cada vez mais, o preço de venda na maioria das vezes é bem menos da metade dos custos de fabricação, exportação, etc. E quem paga por tudo isso? Os coitados dos trabalhadores que aceitam qualquer 'mixuruca' de salário só pra ter no mínimo um emprego, trabalhadores que passam quase 15 horas dos seus dias no meio de toxinas para a produção desses objetos, trabalhadores que eu posso garantir que têm medo de fazer o menor erro no trabalho porque podem perder o emprego para mais um daqueles montes de desempregados do Exército de Reserva que espera por uma chance do lado de fora das fábricas. E de quem é a culpa de o consumismo estar tão em alta nos últimos tempos? Você.

O mais interessante do vídeo é que a pesquisadora Annie Leonard traduz todos os processos da extração, produção, distribuição, consumo e o tratamento de lixo. Sério, eu não consigo parar de pensar na indignação que podemos ver claramente nos seus olhos, as palabras que ela usa pra mostrar tudo o que fazemos e nem nos damos conta, ou se sim, não paramos pra pensar, pesquisar e ver se afeta ou afetará em alguma coisa nossas vidas. Todo mundo fala que 'a reciclagem é isso, reciclagem é aquilo', mas não é TUDO isso. Como eu já disse antes, 99% das coisas que consumimos não pode ser reciclada, como a caixinha de suco: temos o plástico da embalagem, o papelão da parte do meio e o metal de dentro para a conservação. Como reciclar um material assim? Isso é fruto das misturas de substâncias, o que nos impede de reciclar. Tudo deve mudar desde o princípio.

Conhece aquela frase "Vamos começar pelo começo"? Devemos levar ao pé da letra essa frase e começar a mudar a partir do processo de extração. Se as corporações, que hoje em dia são mais poderosas que qualquer governo, começarem a botar ordem nas extrações de recursos naturais, e fizessem tipo uma lei que proibisse tirar mais de tantos por cento de matérias primas de um lugar pra cada empresa, eu acho que diminuiria o desmatamento, a poluição... (Outra coisa, se houvessem mais propagandas e divulgação sobre os problemas que ocorrem quando se passam horas na frente de um computador, televisão, ou qualquer outra coisa do gênero, diminuiria o grau de sedentarismo na atual realidade. As pessoas andam muito sedentárias por causa de toda essa tecnologia.)

Voltando ao assunto segundos antes abordado por mim, sobre o processo de extração, eu lhe faço uma pergunta: Você destruiria a sua casa, o seu quarto, o seu lar? Não, certo? Então por que, diabos, destruir o lar de todos, que é a nosso planetinha azul? A decisão está em suas mãos, pense nisso, aja como Annie Leonard, a escolha é sua.

Um comentário:

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Cara Laura,
Concordo integralmente com o primeiro parágrafo!
Teu segundo parágrafo trás uma questão central: como fazer com o seguinte: não queremos abrir mão das coisas que temos, e, ao mesmo tempo sabemos que essas coisas, na demasia em que são consumidas, são o produto da destruição do planeta... Parece-me extremamente simples a resposta; é evidente eu diria: só há um modo, e esse modo passa pela educação. Talvez o termo não fosse nem educação, mas reeducação. Explico: devemos nos reeducar porque agora já sabemos as artimanhas feitas para que consumamos cada vez mais. Devemos, para concluir esta parte do meu comentário, deixar de sermos consumistas como somos. Mas esse deixar de sermos consumistas aplica-se principalmente aos países do Norte que, como sabemos, consomem 8, 10, 20 vezes mais do que os países do Sul. Assim, uma reeducação permitirá que digamos um grande não ao MP3 novo a cada mês, ao PC novo a cada lançamento, ao carro novo a cada ano, aos alimentos industrializados, etc., etc.
O teu terceiro parágrafo também é repleto de temas-problema. Para comentar apenas uma das idéias contidas nele, chamo a atenção para as paisagens naturais de que falas. O homem tem tanta inteligência e, pela técnica e tecnologia, um poder de transformação tão grande que modifica a paisagem, altera o espaço. Por que não usar isso para a formulação de um modelo sustentável? Por que não tornar a forma linear de produção – representada e estudada pela “Economia de Materiais” em uma forma circular auto-sustentável? Sobre isso, continuemos a pensar...
Ainda com relação ao terceiro parágrafo, um entendimento expresso certa vez por Mahatma Gandhi é bastante esclarecedor: quando a Índia acabara de se livrar do domínio inglês, tornando-se independente, Gandhi foi entrevistado e o repórter lhe perguntou: “Sr. Gandhi, o Senhor está feliz?! Agora a Índia, independente, poderá ser tão desenvolvida quanto o Reino Unido!”. Ao que Gandhi respondeu: “Eu não quero isso para o meu país! Imagine?! Se a Inglaterra, para sustentar seu nível que consumismo necessita de meio planeta, de quantos planetas precisará a Índia?!”. Vê-se, de novo, que é o consumismo que deve ser atacado. Em outras palavras, aquilo que consideramos “desenvolvimento” é um modo de vida escolhido por nós, mas que não precisa ser necessariamente assim... Tal “desenvolvimento” é burro, e, se é irracional não é desenvolvido coisa nenhuma! Continuemos a pensar sobre isso...
Isso tudo encaminha o próximo passo da tua reflexão – o quarto parágrafo – o fato de que nossos problemas são culpa nossa! Será que é culpa nossa mesmo ou somos reféns do sistema?! Até que ponto vai o nosso poder de transformação?!
A idéia de comentar sobre o sedentarismo é muito boa!
Enfim, um excelente texto que nós convida a pensar!
Abraço do prof.